Lembra-te do meu nome
Quando te lembrares da minha caminhada nesta terra, não olhes para os meus passos com pena.
Quando provares as lágrimas da minha jornada, observa como preenchem as minhas pegadas e não o meu espírito, porque esse permanece comigo.
A minha história tem que ser contada, tem que permanecer na memória consciente, para que as minhas filhas não chorem as minhas lágrimas ou sigam o meu legado torturado.
Amar é uma coisa complicada se não vier de um lugar saudável.
Tu podes dizer:
Talvez eu deveria tê-lo amado um pouco menos.
Talvez eu deveria tê-lo amado um pouco mais.
Talvez eu não deveria ter acreditado que ele nunca mais me batia…
Todos esses “Talvez” não vão me trazer de volta, nem corrigir o mal feito por ele.
A minha vida não lhe pertencia para ele me tirar.
Quando os teus olhos olharem para o meu nome quero que compreendas que um dia eu também respirei, andei, amei, tal como tu.
Eu desejo que todos os que olharem para o meu nome saibam que o amor se tornou em medo e me manteve ali
Amor distorcido em medo,
Que me manteve num estrangulamento
Cortou-me o ar
Embaciou a minha vista e não conseguia ver como me libertar.
Deveria ter contado à minha família.
Deveria ter contado às minhas amigas.
Mas esses “deveria” não vão me trazer de volta, quando eu mentia tão bem para esconder a vergonha, os sinais.
Se a minha morte servir para mostrar o que NÃO é o Amor
Se a minha morte servir para mostrar que o Amor não deve magoar
Se a minha morte servir para ter a certeza que uma mulher contará a uma amiga em vez de guardar para si
Se a minha morte te lembrar como Tu és Linda, quão digna Tu realmente és
Se a minha morte te lembrar a honrar tudo o que és diariamente
Então lembra-te do meu nome
Grita o de dentro da tua alma
Acorda me no meu túmulo
Deixa ME saber
Que a minha VIDA não foi em vão.
Autora: Kimberly A. Collins
(Testemunho de uma amiga de uma vítima mortal de violência doméstica)