A ilha paradisíaca, no arquipélago da Madeira, tem uma campanha nas redes sociais onde se projeta como “destino seguro”. E é. Para além dos zero casos Covid-19, tem para oferecer uma extensão de 9,5 quilómetros de praias de areias douradas e terapêuticas e as atividades de um “resort” a céu aberto
“Um punhado de terra no meio do oceano. Destino primeiro dos descobrimentos portugueses. Um paraíso deixado na terra, é aqui a praia com que o mundo sonha. Convidem os amigos, vamos dar uma ajuda ao Porto Santo para que recupere da tempestade Covidiana”. É este o mote poético do grupo criado no Facebook para a campanha “Porto Santo – Destino Seguro” que já conta com mais de 20 mil aderentes no espaço de uma semana “entre madeirenses, portugueses do continente e pessoas de 15 nacionalidades diferentes”, conta ao Plataforma, Rui Lourenço, responsável pela promoção digital do destino turístico.
Os 5000 residentes da ilha vivem essencialmente do turismo e nunca passaram por tempos tão difíceis, com a maior parte das pessoas ainda “em layoff”. Mas agora já houve uma notícia animadora: a partir de 20 de julho serão retomados os voos charter com partidas de Lisboa, até 14 de setembro. “Serão voos que trarão até 170 pessoas, portugueses. Virão de facto para um destino seguro porque só a praia tem 9,5 quilómetros de uma ponta à outra e em agosto a ilha tem uma capacidade máxima para 25.000 pessoas sem nunca ter as praias cheias”, adianta Rui Lourenço.
Para além das praias de areia dourada e de propriedades terapêuticas, a ilha oferece uma série de atividades concentradas num único local o que faz dela uma espécie de “resort a céu aberto”. “Aqui podem fazer golf, pesca, mergulho, equitação, BTT, caminhadas, observação de golfinhos”. Os adeptos do SPA têm ainda a possibilidade de fazer talassoterapia com a água do mar e areioterapia. “A areia tem a mesma propriedade do Reumon Gel para as dores. A Noruega chega a enviar cidadãos seus, através do seu Serviço Nacional de Saúde, para fazerem tratamentos nas nossas areias”.
Porto Santo conta habitualmente com muitos visitantes dos países nórdicos e do centro da Europa entre eles, dinamarqueses, alemães e ingleses, alguns dos quais adquirem casas de férias na ilha. Mas agora, neste regresso a alguma “normalidade” vai contar sobretudo com os portugueses do continente, como refere o presidente da Câmara da ilha, Idalino Vasconcelos.
“Vamos passar a ter a partir de 20 de julho cinco voos semanais, dois serão charters de operadoras portugueses e os outros três são da TAP”, refere o autarca, nascido e criado em Porto Santo. “Teremos o turismo da ilha da Madeira e de Portugal continental, que já tínhamos e que nos interessa porque gastam e convivem com os locais, vão ao restaurante e ao bar, fazem a excursão”.
E é também de boa gastronomia e vinhos produzidos em terras arenosas que se fala quando se fala da ilha de origem vulcânica Porto Santo. O famoso bolo do caco nasceu aqui e o atum que se pesca nas suas águas é de uma qualidade irrepreensível.
Idalino Vasconcelos descreve a sua terra como “um pequeno paraíso” e enaltece o bom que é poder ter o ritual de “ver o nascer do sol na praia” e apreciar também o seu ocaso em dias normais de trabalho. Privilégios de ilhéu nesse Éden onde “não há semáforos e há apenas duas rotundas que tiveram de ser criadas para os testes de condução porque o Código a isso obrigava”, como recordou Rui Lourenço, entre risos.
As seis praias “de areia dourada” com água a uma temperatura que pode ir até aos 22 graus têm o galardão “Qualidade de Ouro” da Quercus. Porto Santo foi ainda destacado pela revista Forbes como “uma das 10 praias mais seguras da Europa”, recorda o autarca.
Todos os anos a Bandeira Azul é hasteada. Este ano será a 18 de junho, data da abertura oficial da época balnear na ilha.
O presidente da Câmara garante que a Secretaria Regional da Cultura e Turismo da Ilha da Madeira está apostada numa estratégia de divulgar Porto Santo numa “campanha digna”. Mas não chega. “Vamos solicitar uma reunião com o ministro dos Transportes para que a TAP comece a baixar os preços das viagens para a ilha. Não se compreende que venda bilhetes a 300 ou 400 euros para Nova Iorque e que para Porto Santo sejam a 600 euros”, afirma o autarca.
Até porque “nos últimos seis a sete anos, já havia uma diminuição da sazonalidade de julho a setembro e uma maior continuidade no turismo de maio a outubro”. Uma continuidade que Idalino Vasconcelos acredita que se prolongaria durante todo o ano “se baixassem os preços dos voos”.
A ilha, cuja praia resultou da destruição de um recife de coral, é também um destino romântico. “Muitos jovens conhecem-se aqui nas férias e depois voltam à ilha para casar, na maior parte dos casos oriundos de Portugal continental e da ilha da Madeira”.
Os motivos para ir são muitos. Há quem até fique para sempre. Quem não gosta de ter o mar em frente todos os dias?