Geodiversidade
A ilha do Porto Santo, que salpica o oceano atlântico há cerca de 14 milhões de anos, encerra um património geológico de inestimável valor. A sua geodiversidade, que marca a paisagem da ilha, é o testemunho da passagem de alterações climáticas extremas, deixadas à vista pela erosão que a ilha foi sofrendo ao longo da sua evolução. Não deixe de conhecer esta dádiva da natureza tão perto de si.
Pico da Cabrita
No Pico da Cabrita afloram materiais correspondentes a uma das fases mais antigas da Ilha do Porto Santo, altura em que este setor ainda seria parte de um vulcão submarino.
Os afloramentos são constituídos por espessa sequência de rochas vulcanoclásticas subaquáticas, atravessadas por vários filões mais recentes, de natureza, essencialmente, basáltica.
A brecha subaquática que se observa no local é constituída por fragmentos angulosos de rochas vulcânicas, com textura amorfa e porosa, formados devido ao rápido arrefecimento resultante do contacto brusco da escoada vulcânica com a água do mar e agregados, uns aos outros, ainda a quente.
Esta brecha, à medida que foi sendo exposta à meteorização foi-se alterando em materiais argilosos, maioritariamente constituídos por Bentonite, e localmente conhecidos por “Salão” (Geossítio PSt05), cujos depósitos mais representativos podem ser observados na Serra de Dentro.
Este depósito de origem submarina encontra-se atualmente a uma altitude próxima dos 200 metros, consequência do levantamento em bloco de toda a ilha, basculamento de N para S, e empolamento central pela atividade vulcânica dos Picos mais recentes.
Outros aspetos observados no local incluem finos níveis sedimentares fossilíferos, intercalados na brecha vulcânica, depositados em momentos de maior acalmia vulcânica.
A História…
Estes materiais são designados localmente por “pedras pretas” e foram explorados durante várias décadas e utilizados no fabrico de pozolana.
Estatuto de Proteção
Referências