Geodiversidade
A ilha do Porto Santo, que salpica o oceano atlântico há cerca de 14 milhões de anos, encerra um património geológico de inestimável valor. A sua geodiversidade, que marca a paisagem da ilha, é o testemunho da passagem de alterações climáticas extremas, deixadas à vista pela erosão que a ilha foi sofrendo ao longo da sua evolução. Não deixe de conhecer esta dádiva da natureza tão perto de si.
Pico do Castelo
Tal como a maioria das morfologias atuais dos picos da ilha, corresponde a uma chaminé vulcânica que ficou preservada, dada as rochas das condutas destes aparelhos vulcânicos serem mais resistentes à erosão, aqui, encontra-se exposto um domo de natureza traquítica, com cerca de 13,8 Ma e com orientação SE-NW.
O miradouro do Pico do Castelo é um local estratégico que proporciona uma vista panorâmica privilegiada sobre os dois sistemas de picos, cujos relevos mais significativos se expressam no Pico de Ana Ferreira e no Pico do Espigão, no domínio ocidente. Estes dois sistemas encontram-se separados por uma região aplanada central, onde se depositaram eolianitos calcareníticos, encontrando-se a praia a S, cujos sedimentos resultam do desmantelamento desses eolianitos.
A História…
A designação do nome Pico Castelo é datada do séc. XV e proveio do facto de existir um forte para onde fugia a população da ilha, quando atacada por piratas franceses e argelinos.
A sua posição central e a maior facilidade de organizar a defesa das pessoas, fez deste um verdadeiro Castelo.
Ecologia…
No passado, a devastação da vegetação primitiva e as práticas agrícolas desadequadas, levaram o solo à exaustão, o que conduziu à perda de fertilidade dos solos e deixou marcas profundas na paisagem, sendo notória por toda a ilha a presença de sulcos e ravinamentos, evidenciando os graves problemas de erosão.
Desencadeado o processo de desertificação, os grandes trabalhos de arborização recorrendo a coníferas e de preparação dos solos para a contenção das terras tiveram início e foram orientados pelo Regente Florestal Shiappa de Azevedo no período 1918-1921.
Tornou-se indispensável proceder à armação do terreno em pequenos socalcos, com muros de suporte, para dar à terra maior poder de embebição das águas e defendê-la assim da erosão.
Estes trabalhos tiveram continuidade a partir de 1955 com os Serviços Florestais de então, deixando o seu testemunho nos picos verdejantes que se erguem na ilha.
Referências
1. FERREIRA, M. R. (2014). Património Geológico da Ilha do Porto Santo e Ilhéus Adjacentes (Madeira): Inventariação, Avaliação e Valorização como Contributo para a Geoconservação. Dissertação de Mestrado em Vulcanologia e Riscos Geológicos. Departamento de Geociências da Universidade dos Açores. In: https://geodiversidade.madeira.gov.pt
2. Candidatura da Ilha do Porto Santo – Reserva da Biosfera da UNESCO. In: https://portosantobiosfera.madeira.gov.pt